VASSOURAS (Parte 1): AS SURPREENDENTES HISTÓRIAS DE REBELDIA DA PRINCESINHA DO CAFÉ


Por Érika Fernandes Pinto (Série Sítios Naturais Sagrados de onde eu vim)

Em julho de 2022 tive oportunidade de revisitar uma cidade muito especial, no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde minha mãe nasceu e morou com minha bisavó e outros familiares: VASSOURAS. 

Um lugar onde passei muitas férias na minha infância e início de adolescência.


E lá fui eu em busca de referências e indicações de possíveis sítios naturais sagrados, é claro. 


Encontrei ... Muito mais do que esperava!


Quem diria que a conservadora e colonial Vassouras guardava tantas histórias sobre acontecimentos, lugares e personagens incríveis? 


Mesmo tendo passado parte da minha vida ali, ainda não conhecia muitas delas ou não sabia certos detalhes. 


Vassouras, uma pequena cidade do Vale do Paraíba, foi uma das maiores produtoras de café no século XIX. 

Lá moraram vários figurões importantes da época - os chamados “Barões do Café”. 


Apesar dessa produção não ser mais tão relevante no presente, a cidade ainda vive dos registros desse passado tido como glorioso, investindo no turismo histórico, na pecuária e na produção de cafés especiais. 


Os materiais turísticos ressaltam essa faceta da cidade.

Visitar a “mais mineira das cidades do Rio” (fala da guia Andrea Pit), é considerada uma forma de fazer tipo uma viagem no tempo. 


E entrar em contato com esse passado que fala de assuntos super relevantes da nossa formação enquanto nação. E sobre o qual, muitas vezes, pouco sabemos.

 

Um passado áureo para uns, mas pesaroso para outros, como iremos abordar nos textos. 


Por que toda a pujança econômica e social de uma elite só foi possível à custa de muito suor, sangue e lágrimas de muitas outras vidas. 


De indígenas exterminados e expulsos de seus territórios tradicionais para dar lugar a grandes fazendas privadas. 


E de negros escravizados, que foram a principal mão de obra da época cafeeira no Brasil. Trazidos forçadamente de suas terras para uma vida desumana e cruel num continente longínquo.

 

Revisitar Vassouras nesse ano de 2022 foi especial para mim por vários motivos. 


Por poder caminhar novamente pelas rua, praças e morros que marcaram parte importante da minha vida. 


Por reencontrar parentes queridos que eu não via há tempos. Os vivos e os mortos, como comentou a minha sobrinha Duda, pois nossa visita incluiu o cemitério da cidade. 


Por mergulhar um pouco mais em uma parte importante da história do Brasil. 

E ao mesmo tempo mergulhar também pela história da minha família materna. 


E por estar acompanhada nessa missão por uma trupe muito especial, que ajudou nas pesquisas e tornou as epopéia muito mais divertida.



Entre fazendas históricas que pertenceram a nobres Imperiais, as ruas de “pé de moleque" e o casario colonial bem conservado no núcleo urbano, encontramos histórias de personalidades marcantes e revolucionárias em suas lutas de épocas diferentes. 

 

Uma sinhazinha insurgente, filha de um dos maiores barões do café do Vale Fluminense, que revolucionou os costumes de uma época. Ousou dirigir a própria vida em um tempo em que às mulheres cabia apenas o papel subserviente de depender de um marido provedor. 

 

De um padre curandeiro em cujo túmulo brota a misteriosa e milagrosa "Flor de Carne". 

 

Dos primeiros heróis negros da luta abolicionista que balançou os alicerces do Brasil Imperial. 

 

E do cantor e compositor que encantou alguns e chocou muitos com suas músicas e atos rebeldia denunciando facetas intrigantes do nosso Brasil.

 

Em meio a essas histórias, encontrei também alguns lugares sagrados! 


Que surgem em meio a esses enredos fascinantes. 

E mostram que a princesinha do café, não era tão comportadinha assim...

 

E também tem seu lado rebelde e inconformista. 

 

Vamos conhecê-lo?


Acompanhe aqui uma sequência de postagens que vão trazer essas histórias e muito mais. 


E vão fazê-lo, talvez, se apaixonar por Vassouras. 


Assim como nós!




Érika Fernandes Pinto, 05/09/2022

Itajaí/SC


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